Sportwsc: Valeu demais, Zico!

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Valeu demais, Zico!



Você já tentou escrever um texto sobre seu ídolo? Parece simples. Primeiro você escolhe alguns adjetivos para endeusá-lo, conta uma história que sirva de exemplo, usa um pouco de lugar comum e pronto. Depois, você relê o texto e percebe que todos aqueles elogios não exprimem o que você realmente queria dizer. 
 
Tive o privilégio de acompanhar toda a carreira do Zico. Desde as preliminares no ensolarado Maracanã até aquela noite de 6 de fevereiro de 1990 quando Zico escreveu seu capítulo final dentro de campo com a camisa do Flamengo. Triste linda noite que me fez chorar de alegria e rir de tristeza.
 
Com Zico fui campeão carioca, dominei o Brasil, ganhei a América e conquistei o mundo. Zico me ensinou a honrar um companheiro e respeitar um adversário. Com Zico conheci o subúrbio carioca, estive em Bangu, Campo Grande, na Ilha do Governador e em cada pequeno estádio que meu pai me levava pra ver o Zico jogar de perto.
 
Não sou amigo do Zico, embora ele seja muito mais que isso para mim. Zico me deu tantas alegrias, tantas inesquecíveis tardes e noites no velho Maraca que eu o considero quase da família. Como lamento não ter tido o dom de ceder um ano da minha vida para ter o Zico mais um ano vestindo aquela camisa 10 vermelha e preta. Desejo de criança compartilhado com tantos amigos que hoje relembro com inocência infantil.    

Agora Zico comemora 60 anos, mais ídolo do que nunca, e eu me pergunto como pode alguém ser ídolo de uma geração que jamais o viu em ação? Dezenas de títulos, centenas de gols, milhares de sorrisos... Isso tudo Zico fez e proporcionou ao longo de sua carreira. Imagino as histórias contadas por inúmeros pais rubro-negros catequizando seus filhos para torná-los súditos do Galinho. Fica até difícil imaginar algum exagero, afinal, Zico fez e ganhou tudo dentro de campo.  
 
É, mas como em qualquer história, essa também teve seus percalços. Como não lembrar do Jornal Nacional de 1983 anunciando a ida de Zico para a Itália. ¨E agora, como é que eu fico nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã¨? A pergunta de Moraes Moreira virou música, mas não teve resposta... Ficou um vazio. E como doeu meu joelho naquela noite de agosto de 85. O Galo estava de volta, a nação estava feliz... Aí apareceu um zagueiro do Bangu... Nem vale a pena citar seu nome. O joelho nunca mais foi o mesmo, mas Zico seguia Rei.

Rei, Heroi, Deus. Para nós Rubro-Negros, Zico foi isso e um pouco mais. Para os adversários, um admirado e temido ¨inimigo¨ de respeito. Zico foi referência, foi exemplo, foi digno. É meu ídolo. Valeu, Zico! Valeu demais!
 
Marco Aurélio Moura


 
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