O dia 27 de dezembro de 2012 com certeza ficará guardado na memória de muitos rubro-negros. A solenidade que empossou o novo presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi marcada pela emoção e alegria da plateia, que lotou o Salão Nobre da Gávea e finalmente parece voltar a ter esperanças em dias melhores para o Mais Querido.
Não é exagero dizer que foi um momento épico. Apesar de só tomar o poder de fato no próximo dia 02 de janeiro de 2013, a posse de Bandeira de Mello marcou o fim de uma era de insucessos e o início de um novo momento rubro-negro, que parece ser respaldado por profissionalismo e credibilidade.
Massacrada em seu triênio e principalmente durante a campanha à reeleição, Patrícia Amorim teve um tratamento respeitoso por parte da plateia, sem qualquer tipo de críticas públicas. No entanto, era claro seu constrangimento com a situação. Visivelmente abatida e desconfortável, a ex-presidente fez mais um discurso de mea culpa, expondo toda a fragilidade e falta de capacidade que marcaram sua gestão. E ao passar o bastão simbólico da troca presidencial, foi muito aplaudida, muito mais por estar de saída do que pelo ato em si. Enfim havia chegado o momento em que a maioria rubro-negra tanto sonhou: o fim da era Patrícia Amorim no Flamengo.
E como foi bonito ver aquele senhor humilde, de fala mansa, mas palavras firmes, tornar-se presidente do maior clube do Brasil. Com um desafio do tamanho do mundo pela frente, Eduardo Bandeira de Mello ao menos começou com o pé direito. Com a clarividência que o cargo exige, Bandeira fez questão de rechaçar o discurso pronto da grandeza do Flamengo, da força de uma Nação, e tocou na ferida. Explicitou as mazelas do clube e se comprometeu a reerguer a instituição, colocando a credibilidade e o profissionalismo acima dos sonhos utópicos e promessas vãs. Não há como não ter esperanças no renascimento do Flamengo.
Foi emocionante ver o presidente hasteando a bandeira do clube, com o hino sendo tocado e cantado a plenos pulmões (Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...). Todos de pé, todos emocionados e com o orgulho de ser rubro-negro renovado, depois de sei lá quanto tempo. Paralelamente a isso, foi curioso e constrangedor assistir à ex-presidente Patrícia Amorim abaixar a bandeira do clube também com o hino tocando (Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar...). Uma imagem que valeu por mil palavras. Significou a ruptura de um modelo falido, de uma gestão permissiva e anti-profissional. Foi como um gol no Maracanã lotado de rubro-negros sofridos.
Por fim, me deu orgulho de ter feito parte de mais um momento marcante desse novo Flamengo. Satisfação de ver o clube que amo dar claros indícios de que voltará a ser grande, que deixará de ser maltratado e motivo de chacota. Maravilhoso também constatar que foi um dia de festa para o clube, sem que a diretoria anunciasse qualquer novo patrocínio ou contratação de peso. Sinal dos tempos para uma torcida apaixonada e que anseia por novos tempos. O vento finalmente parece estar soprando a nosso favor. Reage, Flamengo!
Pablo dos Anjos
Twitter: @PabloWSC
