Há vários tipos de torcedores de futebol. Há aqueles que torcem à distância, os que têm informações "das internas" e também aqueles que apenas torcem, simplesmente porque amam um clube. Qual tipo de torcedor é você? Tenho amigos que transitam em todas as áreas citadas. Cada um a sua maneira, cada um com seu grau de envolvimento e loucura, mas todos igualmente torcedores, sem distinção de amor ao time.
O mais criticado é o famoso "torcedor de sofá". Ainda que num passado não muito distante tenha sido frequentador assíduo de estádios, esse tipo de torcedor se acomodou, encontrou no conforto de sua casa uma forma divertida e mais tranquila de seguir seu time de coração. A maioria não entende e faz pouco caso dessa turma, mas o fato é que se acomodar à frente da telinha é bem mais fácil do que as pessoas imaginam, ainda mais com a vida corrida e cheia de demandas. Não me enquadro, mas respeito essa galera.
A corrente oposta ao torcedor de sofá é aquela turma que "sabe de tudo" sobre o time de coração. Esse camarada tem informações a respeito de tudo que acontece dentro do clube, seja no âmbito esportivo ou político. De detalhes jurídicos a números do centro de excelência do departamento de futebol, essa turma tem acesso a (quase) tudo e tem sede de informação. Quanto mais sabem, mais se sentem obrigados a adquirir mais conhecimento a respeito do que envolve o clube. Uma espécie de vício informativo esportivo. Nada é suficiente! Confesso já ter feito parte desse time de ambiciosos pelos pormenores do clube. Vicia, sim, e nem sempre faz bem, mas como toda escolha, tem que ser respeitada.
Voltando à pergunta do 1º parágrafo, a respeito de que tipo de torcedor cada um se identifica, atualmente me vejo no grupo de torcedores "alienados". Desde que descobri que seria pai, em setembro de 2015, passei a mudar radicalmente minha forma de enxergar o Flamengo em minha vida. A descoberta da paternidade me libertou - ainda que não de forma definitiva - do meu vício por informação rubro-negra. Não critico, absolutamente, os amigos que seguem obstinados por mudar o futuro do clube - os admiro, diga-se. No entanto, resolvi trilhar um caminho distinto, focado na família e em busca daquele sentimento genuíno de torcedor "ignorante", sem informações de bastidores, apenas angustiado com as mazelas rubro-negras dentro das quatro linhas. Hoje em dia, o Pablito torcedor alienado tem muito mais a oferecer ao clube do que aquele PabloWSC completamente mergulhado em quase todas as esferas do dia a dia rubro-negro. Às vezes, menos é mais.
Voltar a ser apenas torcedor comum, "alienado", faz um bem danado. Agora, me irrito apenas com as besteiras cometidas pelos jogadores. Não sei até quando vai durar essa fase, mas confesso ser bem mais divertido do que quando sabia mais do que precisava.
